Afoga o sofrimento que sentiste
No Atlântico raiado de espuma.
Recorda o que de bom viveste
Quando a nossa alma foi só uma.
Enterra a dor que te emprestei
Na funda cova da amnésia
Guarda na eternidade o quanto te amei
Nestes meus versos, nesta minha poesia.
Limpa do teu ventre o meu odor,
Seca dos teus cabelos as minhas lágrimas.
Não permitas que em ti fique qualquer sabor
Do meu riso, do meu brincar, das minhas palmas
Esconde nos recantos da memória
Este meu triste olhar.
Recorda-me apenas como uma vitoria,
Onde a derrotada foi a tristeza, não o Amar
E ama sempre, sem dor nem piedade...
Não trates nunca por enteado o Sonho.
Passa pela vida sem caridade
Afastando de ti este meu riso tristonho. Passar os dias fechada no teatro, a invocar memórias para encontrar a personagem dá nisto!