sexta-feira, julho 07, 2006

Fim


Este diário (blog) chegou ao fim!
Aqui ficaram registados momentos de preocupações, de amizade, de tristeza, de fúria, mas essencialmente momentos de muito amor a esta arte que se chama Teatro.
Espero ter deixado um pouco da minha luz aqui!


Muito obrigado a todos aqueles que me lerem durante estes últimos dias e um grande beijo para vocês

Estilhaços


Por entre estilhaços
Espalhados no chão
Procuro entender o que terá sido
Essa tua vida...turbulenta

Em cada estilhaço
Uma viagem

Em cada viagem uma história
Em cada história uma pessoa
Em cada pessoa uma alma
Em cada alma um sentimento
Em cada sentimento um pássaro

Que percorre céus
Que me lacera de dor
E então te digo adeus.

última cena


A peça é concluida com um banquete,este pode ser visto como uma especie de última ceia, pois também contém uma grande carga simbólica.
Neste ultimo quadro, nós personagens, tomamos uma mudança radical. Assumimos a nossa responsabilidade, fazemos ver ao publico que pensamos e agimos por nós e somos responsaveis por esses actos.
È um quebrar das correntes...nao queremos mais ser peões nas maos dos outros!
È um olhar de frente para a Realidade.

Céu



Não permitas,nunca, que alguem te impeça de voar!
O céu é teu...faz dele o teu limite!

Madrugada


Quando a madrugada for de leite
E deslizar pelo teu corpo
Que te encharque
Que te molhe os olhos de lágrimas aquecidos
E o vapor do tempo
Que te seja, que te seja o mais fiel
Amigo
Que te passe, que te gire no mesmo
Sítio onde morras
E que morras no mesmo sitio
Onde esqueces
E que chores...

quinta-feira, julho 06, 2006

Quem se rala?



QUEM SE RALA CONNOSCO???
NÃO PASSAMOS DE UM BARALHO DE CARTAS!
Não fomos feitos para ser usados e muito menos manipulados

Sou Alma...


Sou alma e vida em ti...
Sou mar, que sabe amar!
Sou lua, com luar que ri...
Sou onda que acaricia a sonhar!

Sou tudo e nada...
Sou mundo em bola de neve,
Sou fada encandada!
Sou dia ou noite dormente...

Sou alegria, tristeza e dor...
Sou sentimento, desejo, ódio, ou paixão,
Sou raiva, vingança e até amor!
Sou musica ou canção para um coração...

Sou tempestade numa noite escura
Sou chuva e vento dum dia triste...
Sou sol que brilha de tanta brancura!
Sou luz que ilumina permanente...


Sou, sim sou alma que continua em ti!!!

quarta-feira, julho 05, 2006

Voa...


Afoga o sofrimento que sentiste
No Atlântico raiado de espuma.
Recorda o que de bom viveste
Quando a nossa alma foi só uma.

Enterra a dor que te emprestei
Na funda cova da amnésia
Guarda na eternidade o quanto te amei
Nestes meus versos, nesta minha poesia.

Limpa do teu ventre o meu odor,
Seca dos teus cabelos as minhas lágrimas.
Não permitas que em ti fique qualquer sabor
Do meu riso, do meu brincar, das minhas palmas

Esconde nos recantos da memória
Este meu triste olhar.
Recorda-me apenas como uma vitoria,
Onde a derrotada foi a tristeza, não o Amar

E ama sempre, sem dor nem piedade...
Não trates nunca por enteado o Sonho.
Passa pela vida sem caridade
Afastando de ti este meu riso tristonho.




Passar os dias fechada no teatro, a invocar memórias para encontrar a personagem dá nisto!

Casa do Espelho


«Agora, ouve-me bem, vou contar-te o que penso da Casa do Espelho. Primeiro, há a sala que se vê no espelho... é exactamente igual à nossa, só que está ao contrário. Ah, Kitty, como seria bom se pudéssemos passar para a Casa do Espelho! tenho a certeza que tem muitas coisas lindas!»





Alice do Outro lado do Espelho

Melodia


Quisera eu ser derramada
Pelos Teus Olhos de Cristal,
Colhida entre o
Teu tronco aveludado
Ali achada, e em nenhum outro lado igual.

Ser o sopro deslizante
Nos Teus cabelos molhados,
Voz alcoviteira nos Teus ouvidos deitada...
Ser o gosto preferido
Da Tua língua exaltada
Sempre solta,
sempre Tua,
Sempre inconformada...
E seres minha guitarra,
Minha Música, Por mim tocada...



Nos últimos ensaios temos-nos deixado envolver pelo som...a melodia entra dentro de nós e transforma-nos...comanda-nos...a música tem um poder inimaginavél!

terça-feira, julho 04, 2006

Só...

Presos?


Que caminho seguir?
Que opções escolher?

Estamos condicionados por algo superior a nós, sendo normalmente ideais religiosos aqueles que mais nos prendem.
A Pomba (uma das personagens de Alice no País das Maravilhas, personagem que também represento) é um símbolo dessa mesma moral.
Vivendo nós num país livre, não nos deveríamos sentir mais "leves" por dentro ... quem nos nos obriga a viver acorrentados?

segunda-feira, julho 03, 2006

"come-me" :)


Para aliviar um pouco esta solidão da "interiorização de personagem" aqui fica uma imagem que a minha amiga Lírio me enviou á pouco!

Beijos

Nua


No canto vazio de uma rua
Cheia de gente!
Cheia de gente indiferente!
Choro! Grito!
Contorço-me de dores violentas
Espasmos cerebrais!
Dores fatais!
Puxo os cabelos!
Arranho o peito
Que tenho desfeito
E que me dói!
Sangue que percorre meu corpo
E sai de um crânio fracturado!
Cheiro que me imunda
Ser que se afunda
E ninguém nota!
Ninguém nota que estou morta!...
Corro que nem uma louca
Por entre eles em sentido contrário
E a força? Tenho tão pouca…
Não consigo mais andar…!
Não consigo mais lutar…!
Caio de joelhos já feridos
Numa estrada de picos aguçados
Picos por todos envenenados!
Braços que desfalecem
Olhos que entristecem
Caída sou espezinhada
Por todos!
Não sou eu que estou errada!
Eles é que estão loucos!

domingo, julho 02, 2006

silêncio


O mar ao longe lembrava fragmentos dos teus olhos perdidos e meia dúzia de silêncios
Quando se repunha era como que meio sorriso abalasse a terra e a dor se esvaísse

Como tu farias se ali estivesses num abraço oportuno

e às tantas figuravam no mar pequenos barcos a vela como lenços da paz,
os que abanarias quando me visses chorar
sem razão aparente

os meus pés descalços inundavam a areia de sulcos

imaginei o teu corpo recostado numa rocha porto de abrigo lá, no dobrar do horizonte
mas nada vi

nem mesmo o tão claro horizonte pejado de nuvens e suicídios

são incalculáveis as formas do fim

até num poema...

olhos da alma



Penetras-me os cansaços,
que os olhos são vidros baços
de uma alma sem janelas...

sábado, julho 01, 2006

Maravilhas

Vive


Um dia eu te encontrei,
meu pedacinho de mar,
pedacinho do meu céu,
pedacinho da minha vida,
neste pedacinho do meu mundo...
momento que surge num segundo
como que se a nascer estivesse,
brota e fica,
toma forma e me envolve
num mundo de sonhos,
fantasias,
flores e beijos silvestres...
quem me dera nunca mais acordar
pois assim estaríamos juntos
num sonhar verdadeiramente único ...