Nua

No canto vazio de uma rua
Cheia de gente!
Cheia de gente indiferente!
Choro! Grito!
Contorço-me de dores violentas
Espasmos cerebrais!
Dores fatais!
Puxo os cabelos!
Arranho o peito
Que tenho desfeito
E que me dói!
Sangue que percorre meu corpo
E sai de um crânio fracturado!
Cheiro que me imunda
Ser que se afunda
E ninguém nota!
Ninguém nota que estou morta!...
Corro que nem uma louca
Por entre eles em sentido contrário
E a força? Tenho tão pouca…
Não consigo mais andar…!
Não consigo mais lutar…!
Caio de joelhos já feridos
Numa estrada de picos aguçados
Picos por todos envenenados!
Braços que desfalecem
Olhos que entristecem
Caída sou espezinhada
Por todos!
Não sou eu que estou errada!
Eles é que estão loucos!