Existência...
Primeiro consignamos o Ser ao Ter
Amando as formas, as cores, os sons
o sabor, o efémero vestindo os dons
Depois vendemos os sonhos sem os ver
Num cruzamento, inesperado vil momento
dissipa-se a anterior dita existência
Perdido de novo, religião, ciência?
Volta a busca dum sentido, livre, isento
sonho que é vendido não é sonho
Oco, cheio dum vazio imenso, submerso
Consigno o Ter ao Ser, agora o inverso
Recai de novo a ignorância, lamentos
Duvida metódica, reafirmada, em fadada
sincronia com o Sol, com os seus ventos
A própria existência, sempre dor inacabada...